Marx Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) foram os criadores de uma teoria da história, o materialismo histórico, e de uma filosofia, o materialismo dialético. Marx foi um dos pensadores que mais influenciou o século XX com a sua doutrina comunista e que foi adotada por vários países como Rússia, China, Cuba etc.
O materialismo dialético Para o materialismo dialético o mundo material é anterior à consciência, ao pensamento. A matéria é a origem da consciência e a consciência é um produto da matéria. O movimento é a propriedade fundamental da matéria e existe independentemente da consciência humana. É uma visão oposta ao idealismo (ARANHA; MARTINS, 2007). O mundo não é uma realidade estática e sim uma realidade dinâmica de elementos que se interagem. O movimento dialético se faz pela contradição entre elementos opostos que vai resultar na criação de um novo elemento. A consciência humana, mesmo condicionada pela matéria e pela história, não é passiva: o conhecimento da realidade material possibilita a liberdade da ação humana sobre o mundo (ARANHA; MARTINS, 2007).
O materialismo histórico Marx escreveu no Prefácio a Para uma crítica da economia política, o materialismo histórico parte da tese segundo a qual “não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, ao contrário, o seu ser social que determina a sua consciência” (Apud REALE; ANTISERI, 2003, p. 104). Isso o leva a estabelecer a relação entre estrutura material da sociedade (economia) e o que ele chama de superestrutura (as ideias morais, filosóficas, religiosas, o Estado e a política).
Marx diz que as diversas formas de consciência são condicionadas ou
são justificativas da estrutura econômica da sociedade, de modo que, se muda a estrutura econômica, haverá transformação correspondente na superestrutura ideológica. As épocas que, do ponto de vista de Marx, marcam o desenvolvimento da formação econômica da sociedade são os modos de produção asiático, antigo, feudal e capitalista e a cada uma delas corresponde uma superestrutura diferente (REALE; ANTISERI, 2003). Em A ideologia alemã, pode-se ler: “a produção das ideias, das representações, da consciência (...) está diretamente entrelaçada à atividade material e às relações materiais dos homens” (Apud REALE; ANTISERI, 2003, p. 194). Os homens podem se diferenciar dos animais pela religião, pela consciência ou pelo que se quiser, mas eles começaram a se distinguir dos animais quando começaram a produzir os seus meios de subsistência.
E aquilo que os indivíduos são depende das condições materiais da produção econômica. A essência do homem, portanto, está em sua atividade produtiva. O materialismo histórico é a aplicação do materialismo dialético ao campo da história, é a explicação da história por fatores materiais (econômicos e técnicos). O senso comum procura explicar a história pela ação dos grandes personagens (heróis), das grandes ideias e até pela intervenção divina. Marx inverte esse processo: no lugar das ideias, estão os fatos materiais; no lugar dos heróis, a luta de classes. Não nega, com isso, que o ser humano tenha ideias, mas as explica pela estrutura material da sociedade (REALE; ANTISERI, 2003).
A luta de classes
No Manifesto do partido comunista, Marx e Engels escrevem: “A história de toda sociedade que existiu até o momento é a história da luta de classes. Homens livres e escravos, patrícios e plebeus, barões e servos da gleba, membros das corporações e aprendizes, em suma, opressores e oprimidos (...) travaram luta ininterrupta, ora latente, ora aberta, luta que sempre acabou com transformação revolucionária de toda a sociedade ou com a ruína comum das classes em luta” (Apud REALE; ANTISERI, 2003, p. 197-198). O motor dahistória para Marx é, portanto, a luta de classes. Opressores e oprimidos é o que Marx vê no desenvolvimento da história humana. E a nossa época, a época do capitalismo, não eliminou a luta de classes, pelo contrário, simplificou, visto que toda a sociedade vai se dividindo cada vez mais em dois grandes campos adversários: a burguesia e o proletariado. Por burguesia Marx entende a classe dos capitalistas modernos, proprietários dos meios de produção e empregadores de assalariados. Por proletariado ele entende a classe dos assalariados modernos que, não tendo meios de produção próprios, são obrigados a vender sua força de trabalho para viver (REALE; ANTISERI, 2003). Para Marx, “a burguesia não apenas fabricou as armas que a levarão àPara Marx, “a burguesia não apenas fabricou as armas que a levarão à morte, mas também gerou os homens que empunharão aquelas armas: os operários modernos, os proletários” (Apud REALE; ANTISERI, 2003, p. 199). Em lugar de operários isolados e em concorrência, o desenvolvimento da grande indústria cria organizações de operários conscientes de sua própria força. A burguesia, portanto, produz os seus coveiros, a sua decadência e a vitória do proletariado são processos inevitáveis.
O comunismo : O feudalismo produziu a burguesia. E a burguesia, em seu desenvolvimento, produz o agente histórico que a levará à morte, isto é, o proletariado. Marx diz que fatalmente a produção capitalista vai gerar a sua própria negação e assim teremos a passagem da sociedade capitalista para o comunismo, uma sociedade sem propriedade privada e, portanto, sem classes, sem divisão do trabalho, sem alienação e, sobretudo, sem Estado (REALE; ANTISERI, 2003).
Marx não chega a desenvolver uma teoria completa de como será a nova sociedade comunista, só diz que será por etapas. No início, ainda haverá certa desigualdade entre os homens. Mas depois, quando desaparecer a divisão entre trabalho manual e trabalho intelectual e quando o trabalho for uma necessidade social e não meio de vida dos indivíduos, então, a nova sociedade “poderá inscrever sua bandeira: de cada qual segundo a sua capacidade, a cada qual segundo as suas necessidades” (Apud REALE; ANTISERI, 2003, p. 202), escreve Marx na Crítica ao programa de Gotha. A realização dessas medidas deveria ser a fase intermediária da transição da sociedade burguesa para a sociedade comunista. Depois haveria o “salto para a liberdade”: então, “à velha sociedade burguesa, com suas classes e antagonismos entre as classes, sucede uma associação em que o livre desenvolvimento de cada um é condição para o livre desenvolvimento de todos” (Apud REALE; ANTISERI, 2003, p. 203).
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia: do Romantismo até nossos dias, 6a ed. São Paulo: Paulus, 2003, vol. 3.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à Filosofia, 3a ed. revista. São Paulo: Moderna, 2007
Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Avelar Cezar Imamura
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