sexta-feira, 17 de junho de 2011

EUCLIDES DA CUNHA

2 – EUCLIDES RODRIGUES PIMENTA DA CUNHA


2.1 - VIDA
Euclides da Cunha foi um grande escritor, sociólogo, repórter jornalístico, historiador, geógrafo, poeta e engenheiro. Euclides nasceu no dia 20 de janeiro de 1866, na fazenda saudade em Santa do Rio Negro em Cantagalo Rio de Janeiro. Órfão de mãe desde os três anos de idade foi criado pelas tias. Em 1874 inicia os estudos no instituto colegial fidelense, morou por um curto período na Bahia na casa de sua avó paterna. Em 1879 volta ao Rio de Janeiro e estuda no colégio Anglo-Americano.
Em 1883 escreve seus primeiros poemas ao qual dá titulo de “ondas”. Em 1884 publica no colégio Aquino os primeiros artigos no jornal o democrata. No ano seguinte 1885 ingressa na escola politécnica para cursar engenharia, mas não persiste por motivos financeiros.
Em 1886 matricula-se na escola militar da praia vermelha no estado do rio de janeiro, em 1889º imperador tranca a matricula devido um ato de rebeldia cometido por Euclides, sendo assim julgado pelo conselho e desligando-se do exercito. Euclides retorna a escola militar em 1889. Em 1890 casa-se com Ana Emilia ribeiro, no seguinte ano 1891 conclui o curso na escola superior de guerra, em 1893 nasce seu primogênito Sólon, em 1895 nasce o seu segundo filho “Euclides Filho”.
Em 1896 ele sai do exercito, em 1897 Euclides escreve dois artigos sob o titulo “a nossa vendeia”, no mesmo ano é convidado para acompanhar a campanha de Canudos. Em 1898 muda-se para são José do Rio Pardo e em 1990 falece seu sogro o general Sólon Ribeiro, em maio finaliza a primeira versão “os sertões”. Em 1901 nasce seu terceiro filho, Manoel Afonso, neste mesmo ano é nomeado chefe do 5º distrito de obras publicas como sede em São Carlos do Pinhal (São Paulo) onde termina os sertões.
Em 1903 é eleito para a academia brasileira de letras neste mesmo ano pede demissão da superintendência de obras publicas de são Paulo e no mesmo ano toma posse no instituto de histórico e geográfico brasileiro. Em 1905 é nomeado chefe de seção da comissão de saneamento de Santos. Em 1906 com a saúde debilitada pela malária ao chegar a casa encontra sua esposa grávida do cadete Dilermando de Assis. Nesse mesmo ano publica o relatório da comissão mista brasileira peruana de reconhecimento do Ato Purus.
Em 1907 publica contrastes e confrontos, em 1909 presta exame para cátedra no colégio Pedro II, contudo não chega a ministrar muitas aulas.
No dia 15 de Agosto de, Euclides da Cunha é morto a tiros pelo tenente Dilermando de Assis, amante da sua esposa, essa episodio ficou conhecido como tragédia da piedade ou alvo das controvérsias.

2.2 –   “ OS SERTÕES ”
Os “Sertões: campanha de Canudos”, de Euclides da Cunha Os Sertões foi dividido em três partes: "A Terra", "O Homem" e "A Luta".
Euclides descreveu o sertão baiano em A Terra. Iniciou explicando o relevo do Planalto Central brasileiro. Depois descreveu a paisagem sertaneja: seca, dias quentes e noites frias, cheia de árvores sem folhas e espinhentas. Na segunda parte, "O Homem", o Autor caracterizou os sertanejos e contou a história de Antônio Conselheiro, líder do arraial de Canudos.
Euclides destacou as diferenças do sertanejo e dos litorâneos, concluindo que os sertanejos estão isolados da civilização e, portanto, privados de seus bens culturais e materiais. Antônio Vicente Mendes Maciel (o Conselheiro), líder de Canudos, foi um reflexo dos sertanejos. Nasceu em Quixeramobim, no Ceará, onde trabalhou e logo se casou. Quando foi traído pela mulher, resolveu andar pelos sertões. Após dez anos, Antônio Vicente surgiu como o líder religioso Antônio Conselheiro. Muitos sertanejos seguiam Conselheiro em sua peregrinação. Mas a situação agravou-se quando o líder religioso instalou-se na antiga fazenda de Canudos. As pessoas vinham de toda parte.
O arraial, segundo as autoridades, era um abrigo de criminosos. Amontoavam-se jagunços suficientes para compor um batalhão, homens cruéis e destemidos. O governo do Estado da Bahia resolveu organizar uma expedição para desbaratar o arraial de Canudos. A primeira expedição, liderada pelo Ten. Pires Ferreira, foi enviada em novembro de 1896. Dispostos estrategicamente, mais preparados e com mais noção do território e de seus ardis, os jagunços saíram vencedores.
A segunda expedição, comandada pelo major Febrônio de Brito, foi atacada de surpresa e vencida. Com grande respaldo popular, a terceira expedição, Expedição Moreira César, partiu de Monte Santo em fevereiro de 1897 e em março invadiu Canudos. O Cel. Moreira César morreu e a expedição fracassou. Os soldados debandaram nas caatingas. A fuga dos soldados restrigiu-se no país inteiro.
A vitória dos jagunços foi considerada um ultraje para a República. Era uma ameaça de restauração da Monarquia (os sertanejos nem entendiam as reformas republicanas: casamento civil, cobrança de impostos e separação entre Igreja e Estado). Batalhões de todos os Estados foram mobilizados para destruir Canudos.
O Gen. Artur Oscar liderava-os. Com a ajuda do Tenente-Coronel Siqueira de Meneses, comandante astucioso, os soldados combateram e venceram, apesar da repetição dos mesmos erros das expedições anteriores.
A vitória das forças do governo, conseguida após sucessivos reforços, consolidou-se quando se compôs a Trincheira Sete de Setembro. Canudos estava cercado, mas resistiu com fome e sede até cinco de outubro. Os prisioneiros foram degolados.

2.3 – OBRAS
Principais obras de Euclídes da Cunha (textos, artigos e livros)
- Em viagem: folhetim. O Democrata, 1884.
- A flor do cárcere. Revista da Família Acadêmica, 1887.
- A Pátria e a Dinastia. A Província de São Paulo,1888.
- Estâncias. Revista da Família Acadêmica, 1888.
- Fazendo versos, 1888.
- Atos e palavras. A Província de São Paulo,1889.
- Da corte. A Província de São Paulo, 1889.
- Divagando. Democracia, 1890.
- O ex-imperador. 1890.
- Da penumbra. 1892.
- A dinamite. Gazeta de Notícias, 1894.
- Anchieta. O Estado de São Paulo,1897.
- Canudos: diário de uma expedição. O Estado de São Paulo, 1897.
- O Argentaurum. O Estado de S. Paulo, 1897.
- O batalhão de São Paulo. 1897.
- O "Brasil mental". O Estado de S. Paulo,1898.
- Fronteira sul do Amazonas. O Estado de S. Paulo, 1898.
- A guerra no sertão 1899.
- As secas do Norte. 1900.
- O Brasil no século XIX. 1901.
- Os Sertões: 1902.
- Ao longo de uma estrada. 1902.
- Olhemos para os sertões. O Estado de São Paulo, 1902.
- A arcádia da Alemanha. 1904.
- Civilização, 1904.
- Conflito inevitável, 1904.
- Um velho problema. 1904.
- Os nossos "autógrafos". Renascença, 1906.
- Contrastes e confrontos. 1907.
- Peru 'versus' Bolívia. 1907.
- Castro Alves e seu tempo. 1907.
- Entre os seringais. 1906.
- O valor de um símbolo. 1907.
- Numa volta do passado, 1908.
- A última visita. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 1908.
- Amazônia. Revista Americana, 1909.




2.4 – SEMANA EUCLIDEANA
A cidade de São José do Rio Pardo realiza todos os anos, entre nove e 15 de agosto, a Semana Euclidiana, em memória do escritor que ali vivia quando escreveu sua obra-prima Os Sertões. São José do Rio Pardo tornou-se uma cidade turística conhecida como O berço de Os Sertões.
Também em São Carlos celebram-se todos os anos, uma Semana Euclidiana, em homenagem ao escritor que morou na cidade entre 1901 e meados de 1903, ali terminando seu trabalho Os Sertões e o publicando em 1902.


2.5  POEMA
O túmulo de um inglês
És bem feliz, mylord!... Na tua tumba fria
Um sono gozas bom — no seio da soedade                                    
Feliz!... Não tens o Sol de tu'Albion sombria
Mas tens o olhar de Deus — O Sol da eternidade!...

És bem feliz mylord a triste ventania
Soluça nos ciprestes os cantos da saudade...
Quem sabe se te traz — em vozes de agonia—
Os risos e as canções de tua mocidade!...
Estás livre do splen... Invejo-te deveras...
Do túmulo a sombra espanca as pálidas quimeras.
— Em teu berço de pedra embala-te a soidão...

És bem feliz mylord — assim antes eu fora!...
Tu tens a calma eterna, a solidão sonora
E tu não tens — feliz — não tens — teu coração...

.(Euclides da Cunha, Rio — 2 de Novembro 1883.)
Poema inédito e manuscrito do caderno de adolescência Ondas.

3.0– ANEXO

Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha