sexta-feira, 20 de maio de 2011

O que é Filosofia?


Essa pergunta permite muitas respostas...
Alguns podem apontar que a Filosofia é o
“estudo de tudo” ou “o nada que pretende abarcar
tudo”.
Diante de tantas possibilidades, podemos
iniciar nosso trabalho procurando o significado da
palavra, que é de origem grega. Trata-se da junção de dois termos: „philos‟
que significa amizade e “sophia” que significa sabedoria; portanto, Filosofia é o amor pela sabedoria.

Considerando essa ideia, podemos dizer que a
Filosofia indica um estado de espírito, um desejo de
procurar o conhecimento, cultivá-lo e respeitá-lo.
Segundo a tradição, foi o grego Pitágoras de Samos que
criou esse conceito. Pitágoras considerava que a
sabedoria absoluta era um privilégio divino, mas os
homens poderiam desejá-la e ao se dedicarem a obtê-la, tornavam-se FILÓSOFOS.
A Filosofia é uma criação grega. Foram os gregos que, encantados com o mundo que os cercava e insatisfeitos com as explicações de caráter tradicional, procuraram entender os fenômenos com base na inteligência humana. Em suma, eles perceberam que o mundo poderia ser conhecido pelo homem e por isso, ensinado.


domingo, 1 de maio de 2011

Resumo Karl Heinrich Marx (1818-1883)



Marx Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) foram os criadores de uma teoria da história, o materialismo histórico, e de uma filosofia, o materialismo dialético. Marx foi um dos pensadores que mais influenciou o século XX com a sua doutrina comunista e que foi adotada por vários países como Rússia, China, Cuba etc.

O materialismo dialético Para o materialismo dialético o mundo material é anterior à consciência, ao pensamento. A matéria é a origem da consciência e a consciência é um produto da matéria. O movimento é a propriedade fundamental da matéria e existe independentemente da consciência humana. É uma visão oposta ao idealismo (ARANHA; MARTINS, 2007). O mundo não é uma realidade estática e sim uma realidade dinâmica de elementos que se interagem. O movimento dialético se faz pela contradição entre elementos opostos que vai resultar na criação de um novo elemento. A consciência humana, mesmo condicionada pela matéria e pela história, não é passiva: o conhecimento da realidade material possibilita a liberdade da ação humana sobre o mundo (ARANHA; MARTINS, 2007).

O materialismo histórico Marx escreveu no Prefácio a Para uma crítica da economia política, o materialismo histórico parte da tese segundo a qual “não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, ao contrário, o seu ser social que determina a sua consciência” (Apud REALE; ANTISERI, 2003, p. 104). Isso o leva a estabelecer a relação entre estrutura material da sociedade (economia) e o que ele chama de superestrutura (as ideias morais, filosóficas, religiosas, o Estado e a política).
Marx diz que as diversas formas de consciência são condicionadas ou
são justificativas da estrutura econômica da sociedade, de modo que, se muda a estrutura econômica, haverá transformação correspondente na superestrutura ideológica. As épocas que, do ponto de vista de Marx, marcam o desenvolvimento da formação econômica da sociedade são os modos de produção asiático, antigo, feudal e capitalista e a cada uma delas corresponde uma superestrutura diferente (REALE; ANTISERI, 2003). Em A ideologia alemã, pode-se ler: “a produção das ideias, das representações, da consciência (...) está diretamente entrelaçada à atividade material e às relações materiais dos homens” (Apud REALE; ANTISERI, 2003, p. 194). Os homens podem se diferenciar dos animais pela religião, pela consciência ou pelo que se quiser, mas eles começaram a se distinguir dos animais quando começaram a produzir os seus meios de subsistência.
E aquilo que os indivíduos são depende das condições materiais da produção econômica. A essência do homem, portanto, está em sua atividade produtiva. O materialismo histórico é a aplicação do materialismo dialético ao campo da história, é a explicação da história por fatores materiais (econômicos e técnicos). O senso comum procura explicar a história pela ação dos grandes personagens (heróis), das grandes ideias e até pela intervenção divina. Marx inverte esse processo: no lugar das ideias, estão os fatos materiais; no lugar dos heróis, a luta de classes. Não nega, com isso, que o ser humano tenha ideias, mas as explica pela estrutura material da sociedade (REALE; ANTISERI, 2003).

A luta de classes
No Manifesto do partido comunista, Marx e Engels escrevem: “A história de toda sociedade que existiu até o momento é a história da luta de classes. Homens livres e escravos, patrícios e plebeus, barões e servos da gleba, membros das corporações e aprendizes, em suma, opressores e oprimidos (...) travaram luta ininterrupta, ora latente, ora aberta, luta que sempre acabou com transformação revolucionária de toda a sociedade ou com a ruína comum das classes em luta” (Apud REALE; ANTISERI, 2003, p. 197-198). O motor dahistória para Marx é, portanto, a luta de classes. Opressores e oprimidos é o que Marx vê no desenvolvimento da história humana. E a nossa época, a época do capitalismo, não eliminou a luta de classes, pelo contrário, simplificou, visto que toda a sociedade vai se dividindo cada vez mais em dois grandes campos adversários: a burguesia e o proletariado. Por burguesia Marx entende a classe dos capitalistas modernos, proprietários dos meios de produção e empregadores de assalariados. Por proletariado ele entende a classe dos assalariados modernos que, não tendo meios de produção próprios, são obrigados a vender sua força de trabalho para viver (REALE; ANTISERI, 2003). Para Marx, “a burguesia não apenas fabricou as armas que a levarão àPara Marx, “a burguesia não apenas fabricou as armas que a levarão à morte, mas também gerou os homens que empunharão aquelas armas: os operários modernos, os proletários” (Apud REALE; ANTISERI, 2003, p. 199). Em lugar de operários isolados e em concorrência, o desenvolvimento da grande indústria cria organizações de operários conscientes de sua própria força. A burguesia, portanto, produz os seus coveiros, a sua decadência e a vitória do proletariado são processos inevitáveis.

O comunismo : O feudalismo produziu a burguesia. E a burguesia, em seu desenvolvimento, produz o agente histórico que a levará à morte, isto é, o proletariado. Marx diz que fatalmente a produção capitalista vai gerar a sua própria negação e assim teremos a passagem da sociedade capitalista para o comunismo, uma sociedade sem propriedade privada e, portanto, sem classes, sem divisão do trabalho, sem alienação e, sobretudo, sem Estado (REALE; ANTISERI, 2003).
Marx não chega a desenvolver uma teoria completa de como será a nova sociedade comunista, só diz que será por etapas. No início, ainda haverá certa desigualdade entre os homens. Mas depois, quando desaparecer a divisão entre trabalho manual e trabalho intelectual e quando o trabalho for uma necessidade social e não meio de vida dos indivíduos, então, a nova sociedade “poderá inscrever sua bandeira: de cada qual segundo a sua capacidade, a cada qual segundo as suas necessidades” (Apud REALE; ANTISERI, 2003, p. 202), escreve Marx na Crítica ao programa de Gotha. A realização dessas medidas deveria ser a fase intermediária da transição da sociedade burguesa para a sociedade comunista. Depois haveria o “salto para a liberdade”: então, “à velha sociedade burguesa, com suas classes e antagonismos entre as classes, sucede uma associação em que o livre desenvolvimento de cada um é condição para o livre desenvolvimento de todos” (Apud REALE; ANTISERI, 2003, p. 203).




REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia: do Romantismo até nossos dias, 6a ed. São Paulo: Paulus, 2003, vol. 3.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à Filosofia, 3a ed. revista. São Paulo: Moderna, 2007
Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Avelar Cezar Imamura

O nascimento das ciências humanas .




No século XIX, o homem (objeto de conhecimento quase exclusivo da filosofia) tornou-se objeto da ciência. Surgiram então as ciências humanas: a sociologia, a psicologia e a antropologia. As razões do desenvolvimento de explicações científicas para a atividade humana estavam em parte nos problemas sociais que a sociedade europeia enfrentava, trazidos pela industrialização, pela urbanização e pela expansão imperialista no mundo.Tais razões estavam também na grande aceitação do pensamento científico no mundo ocidental. Se a ciência tinha grande credibilidade, por que não utilizá-la para o conhecimento do homem? O resultado foi um desenvolvimento extraordinário dessas ciências, de seus métodos e de suas teorias (COSTA, 1998).
Enquanto as ciências da natureza têm como objeto algo que é externo ao indivíduo que conhece, as ciências humanas têm como objeto o próprio sujeito cognoscente. Assim, podemos supor as grandes dificuldades encontradas pela sociologia, psicologia e antropologia para estudar com imparcialidade aquilo que diz respeito ao próprio sujeito (ARANHA; MARTINS, 2007).
Foram muitas as dificuldades enfrentadas pelas ciências humanas para estabelecer o seu método: 1) A complexidade inerente aos fenômenos humanos (psíquicos, sociais ou econômicos), que resistem às tentativas de simplificação; 2) Outra dificuldade da metodologia das ciências humanas encontra-se na experimentação. Não que isso seja impossível, mas é difícil identificar e controlar os diversos aspectos que influenciam os atos humanos; 3) Outra questão refere-se à matematização. Após o nascimento da física de Galileu, supunha-se que a ciência seria mais rigorosa quanto mais fosse matematizável. Esse ideal é problemático com relação às ciências humanas, cujos fenômenos são essencialmente qualitativos; 4) Temos, ainda, a dificuldade decorrente da subjetividade. As ciências da natureza aspiram à objetividade, que consiste na separação radical entre o sujeito e o objeto no processo de conhecimento; na capacidade de lançar hipóteses testáveis por todos e no não-envolvimento emocional e intelectual do cientista com o seu objeto. Mas, se o sujeito que conhece é da mesma natureza do objeto conhecido, parece ser muito difícil evitar a subjetividade; 5) Finalmente, se as leis das ciências da natureza supõem o determinismo (as mesmas causas produzem os mesmos efeitos), como fica a questão da liberdade humana? Por haver regularidades na natureza é possível estabelecer leis e por meio delas prever a incidência de um acontecimento. Como isso seria possível nas ciências humanas se admitirmos a existência da liberdade humana? (ARANHA MARTINS, 2007).

Referências ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à Filosofia, 3a ed. revista. São Paulo: Moderna, 2007
Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Avelar Cezar

Características do pensamento do século XIX

O elemento mais importante e que condicionou o pensamento e a filosofia do século XIX foi o desenvolvimento das ciências. Para demonstrar a sua eficácia, a ciência e a técnica tornam-se aliadas e provocaram grandes transformações na sociedade. A exaltação desse novo saber levou à ideologia do Cientificismo, segundo o qual a ciência é considerada o único conhecimento verdadeiro e o método das ciências naturais o único válido, devendo ser estendido a todos os campos do pensamento e da atividade humana. O cientificismo procurou também romper com as explicações abstratas e metafísicas dos fenômenos e tinha a convicção de que a ciência e a técnica poderiam resolver os problemas da humanidade (ARANHA; MARTINS, 2007). A principal corrente cientificista foi o positivismo de Auguste Comte (ver abaixo). Essa postura vai ser criticada no século XX com o desenvolvimento das Ciências Humanas.
O progresso da ciência não se faz de maneira linear. O avanço se faz pela descoberta de novos problemas e de novas maneiras de solucionar os antigos. A astronomia, por exemplo, permaneceu basicamente newtoniana. O século XIX foi o ponto de partida radical em alguns campos do pensamento, como na matemática; do despertar de ciências até então pouco desenvolvidas, como a química; da criação de novas ciências, como a geologia e de desenvolvimento de ideias revolucionárias nos campos da sociologia e a biologia (HOBSBAWM, 1979). As transformações provocadas pelo desenvolvimento das ciências começaram a destruir a compreensão do universo como uma máquina (Descartes), uma sólida construção teórica baseada na estrutura de causa e efeito ligando os fenômenos (HOBSBAWM, 1988). Esse modelo mecânico de universo começou a ruir no final do século XIX. Com o desenvolvimento de uma nova imagem do universo cada vez mais é necessário descartar a intuição e o bom senso como fundamentos da ciência. De certa forma, a natureza tornou-se menos natural e mais incompreensível. O processo de separação entre a ciência e a intuição pode ser ilustrado por meio da matemática. Na geometria apareceram novas formas de fenômenos com o desenvolvimento da geometria não-euclideana (Lobachewski e Riemann) que deu um golpe na intuição e a sua pretensão de fundamentar axiomas e postulados. Uma solução começou a ser adotada, que era libertar a matemática de qualquer ligação com o mundo real e transformá-la na elaboração de postulados, que deveriam ser definidos de modo preciso e obrigados a não ser contraditórios entre si (HOBSBAWM, 1988). Essa separação entre ciência e intuição vai se agravar com a Física relativista de Einstein no século XX.


Referências
ARRUDA, José Jobson de A. História Moderna e Contemporânea. São Paulo: Ática, 1974
HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções (1789-1948), 2a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Avelar Cezar Imamura